"Dona saudade
és a celebração do espaço de saudade de tempo em que no meu tempo ser criança o
amanhã era muito longe, o dia vivido entre mil e uma aventuras infantis e a
noite esperada pelas histórias mirabolantes contadas pelos mais velhos.
Agora uma
nostalgia das reminiscências infantis em ouvir ‘a Cuca te pega’, esperar o
horário e a mesma nunca chegar, de
cantar ‘atirei o pau no gato’ sem nunca ter jogado pedra em nenhum
animal e de principalmente brincar com
as estrelas sonhando e sem medo de ser engolida pelo mundo.
Lembrar-se de
viver o tempo do nosso tudo e do nosso nada era o agora, futuro era distante e
a paciência do vai passar a dor--choro-tristeza-faltas-excessos-etc., com um
simples olhar de carinho.
Resta-me a
saudade da saudade do tempo em que o pouco do tudo que tinha do nada, me fazia
feliz. Hoje mais forte a saudade de ter saudade de:
_ situações
vivenciadas,
- alegrias
celebradas,
- lágrimas
derramadas,
- ausências
sentidas,
- abraços não
dados,
- desculpas
não pedidas,
- carinho
esquecido,
- distância do
tempo,
- beijos não beijados,
- abertura de
espaço,
- risos
abafados,
- respeito
cobrado e compartilhado
- momentos que
se foram,
- um instante
que não se repete
- e dores da
vida.
Igualmente,
saudades vistas como grandes momentos de:
- recordações
de detalhes,
-
compartilhamento amigo,
- amores e/ou
desamores,
- vencer e/ou
perder batalhas,
- caminhos
percorridos ou não,
- vontades
contidos num período que passou,
- pessoas que
deixaram marcas em tua vida,
- momentos
interrompidos,
- cumprimentar
o outro sem medo de ser (des)respeitado (a)
Enfim, apagar a falta do tudo e do nada
no olhar d o meu eu de mim refletido
em alguns por ai."
Irane Castro
Meu mundo dos
L’s – letras, leituras e livros
(30.01.13)
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