quinta-feira, 31 de março de 2011

Insonia diária
Mais um capítulo da novela semanal:  minha vida.
Depois da luta diária e o cansaço que corrói meu corpo,  a falta de sono se a presenta.
Desse jeito, me encontro de  olho arregalado.
Já conversei com o travesseiro.
Também  contei  carneirinho, ufa!
1, 2,3,4,5,6,7,8,9,10................ Nada, continua a visita  da bendita companheira- - a insônia.
Xeretei na NET, nada.
O livro e sua leitura não foi interessante.
Tentei assitir TV, muita coisa  sem nexo. 
Percebo uma mente desperta, cansada, ativa.
Assim, tento as palavras desconexas para preencher esse espaço.

terça-feira, 29 de março de 2011


Cansada até para pensar.
O dia foi exaustivo, de tanto  correr do monstro de papel - o envelope amarelo.
Conseguir quebrar 13 tentáculos, ainda fico em pânico, em saber faltam ainda 2 para vencer o monstro.
Queria terminar de lê "um amor de verdade" de Zibia Gasparetto, falta tempo.........
Queria assistir TV, fico inquieta, impaciente e não compreendo nada: parece que estou perdendo tempo.........
Queria dormir, estou elétrica e a impressão é que ao deitar perderei tempo...
Preciso fazer: - planos de aula, terminar a correção das avaliações, somar e  tirar nota, fazer lista de recuperação, projeto de jussatuba, projeto História do bairro,etc.
Ter tempo para estudar para pós....
ter tempo para estudar o conteúdo de aula..........
Ter tempo de viver para meu careca..........
Ter tempo de ter tempo para VIVER....
Que FDP de tempo que não tenho tempo de ter tempo.
I.. 29.03.11

domingo, 27 de março de 2011

First E: O novo surto do século XXI

First E: O novo surto do século XXI: " As vezes nos deparamos com situações complicadas e simplesmente não sabemos o que fazer. Nos sentimos inúteis e burros e além de tudo ..."

Sobrado da Preta: Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas u...

Sobrado da Preta: Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas u...: "Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas que têm a forma do nosso corpo e esquecer os caminhos que nos levam sempre aos mesmo..."

O monstro de papel, envelope amarelo me persegue!!!

 Ao acordar numa manhã chuvosa,ideal para ficar morfando na cama -  aquela com gostinho de querer ficar entre os lençóis, curtir a preguiça e muito mais, não posso
Já estou desperta, assustada e  atemorizada com o monstro de papel.
 Sonho ou verdade?
Dormir  tarde, após um dia estafante de aula de Gestão. 
Sonho ou pesadelo, o monstro está presente.
Sonho ou verdade?
Verdade ou sonho??
Mil uma tarefas diárias: casa, comida, preparar aulas, corrigir avaliações, namorar, lê o ultimo capítulo "a menina q roubava os livros), vê TV, xeretar na NET,.......................
PQP de domingo, vai ser curto para tudo isso.
O monstro me persegue a todo momento, um pesadelo real.
Mais um duelo vai acontecer:  Monstro de papel - envelope amarelo x Super preta!!!

sábado, 26 de março de 2011

"... monstro Envelope Amarelo!"

“Meus eu,s  cansada demais.Tenho  esticado de 24 para a 25, 26, 27, 28........  horas. Mesmo nesse puxa-estica, não tenho tempo para:
 _ Estudar mais;
 _ Ler mais;
_ Amar mais;
 _ Visitar amigos, parentes e vizinhos, etc;
 _ Bater perna no comércio, shopping e livrarias da cidade;
 _ Ficar com a cara amassada de tanto dormir;
_ Ver se a água do mar, continua salgada - sem dor na consciência (desperdício de tempo);
- Participar das reuniões de família: BRIGA, BESTEIROL E MUITA COMILANÇA;
_ Viajar por lugares;
_ Xeretar na NET ao extremo;
_ Ficar de frente a TV e pulando de canal até cansar;
 _ Assistir um filme - sem apagar de cansaço;
_ Pensar em disperdicio do momento precioso;
_COÇAR ( não fazer nada).
 Enfim, para ter tempo de ter tempo de vida.
Oh, Papel atormenta Irane’s manhã, tarde, noite, de madrugada e sempre.
Atemorizei contigo MONSTRO DE PAPEL em pesadelos reais. Despertei num sábado chuvoso - que pede para ficar curtindo (cama, lençóis e os braços do meu querido careca).
No entanto, lembro assustada do Monstro de Papel - o Envelope Amarelo, seus 15 tentáculos - que inquietou o sono e sei o quanto  vai traumatizar o final de semana.
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8,9, 10.... Respirando, tenho que derrotar_o assombro. Ou tenho que ser chorosa.
Não. Apenas, ainda quero ser a super-Preta, mais forte do jeitinho  de Irane-ser – maluquete irreverente
Irane (25.0311)
Tchau, Inté, Fui....
Depois relato a disputa entre o Monstro Envelope Amarelo x Super-Preta.
Irane Castro
Beco da Preta
São Luís- Maranhão



"...de mercado, a Coca-Cola é a bebida!"

De produto farmacêutico caseiro a fenômeno internacional  que melhor representa o espírito empreendedor norte-americano
No início era apenas remédio – segundo seu inventor, o farmacêutico e militar aposentado John Styth Pemberton. No quintal de sua casa em Atlanta (Geórgia, EUA), passava o tempo inventando fórmulas complicadas, capazes de curar “todos os males do corpo e da alma”: para doenças do fígado (Triplex Pillole) e do pulmão (Gingerina), afinar o sangue (Styllinger) ou escurecer os cabelos (Regina Indiana). Em março de 1885, foi a vez de um tônico reconstituinte contra “enjôo, ressaca, cansaço, exaustão física e mental”, feito a partir de uma mistura de ingredientes vindos de longe: coca (do Peru e da Bolívia), com folhas que eram usadas pelos nativos como estimulante, além de pequena quantidade de cocaína; e cola (da África), cuja noz é rica em cafeína e teobromina, empregada para combater fadiga e sede. Não foi original na escolha desses ingredientes, já usados (embora com proporções diferentes) num xarope produzido na Córsega (França) – o Vin Mariani. Na esperança de que viesse a ser sua mais importante invenção e reproduzindo no rótulo o tipo de bebida e sua procedência, deu o próprio nome ao produto – Pemberton’s French Wine Coca.
Por esse tempo, tratava-se ainda de um xarope escuro, grosso e muito amargo. Insatisfeito, Pemberton continuou acrescentando novos ingredientes à receita original, como ácido cítrico e essências de frutas. Mais tarde, com a colaboração do amigo (também aposentado) Frank Robinson, patenteou a fórmula; trocou o nome para Coca-Cola (inspirado nos seus principais ingredientes); criou logotipo, já com as letras inclinadas que tem hoje; e uma embalagem de atacado, em barris de madeira (antes usados para armazenar uísque) pintados de vermelho – mesma cor que viria, depois, a ser usada nos rótulos do produto. Segundo anúncio no The Atlanta Journal, era “Coca-cola! Delicious! Refreshing! Exulareting! Invigorating!” (“Coca-cola! Deliciosa! Refrescante! Fantástica! Revigorante”). Seu tônico passou então a ser vendido na Jacob’s Pharmacy, ao preço de 5 cents o copo, puro ou misturado com água (natural ou gasosa). Mas não foi um início economicamente promissor. Em média, eram vendidas por dia apenas nove doses. Por todo um ano, apenas 94 litros. Faturamento de 50 dólares, contra 74 aplicados nos gastos com propaganda. Em 1891, doente e quase falido, o pobre Pemberton vendeu sua fórmula a outro farmacêutico, Asa Griggs Candler, por 2.300 dólares. Sem nem desconfiar de que estava fazendo o pior negócio de sua vida.
Candler aperfeiçoou o produto – cancelou a cocaína, reduziu a cafeína, substituiu ácido cítrico por ácido fosfórico, acrescentou glicerina e um saborizante à base de óleo de lima. Assim nascia a fórmula conhecida, até hoje, como “Merchandise 7x”. Um segredo guardado a sete chaves, num cofre do Trust Co. Bank (em Atlanta), que só pode ser aberto com autorização de todos os diretores da empresa. E apenas dois executivos de produção (sem identidade revelada) têm acesso, cada um, à metade da fórmula. Tão grande é esse zelo, que a Coca-Cola preferiu abandonar um país como a Índia, que em 2012 será o mais populoso do mundo, a ter que cumprir ordem governamental de revelar a fórmula. O produto era, nesse início, oferecido em garrafinhas de 185 ml, concebidas por Joseph Biedenharn. Bem diferentes, ainda, daquelas que viriam a ser definitivas, com 200 ml, verdes (no Brasil são brancas), em estilo art nouveau – criadas, em 1915, por Earl Dean. Segundo o próprio artista, inspirada nas curvas do corpo da mulher, escondidas nas saias pregueadas que vestiam na época. Não por acaso a embalagem recebeu o nome de Mae West, um símbolo sexual da América. Deu certo. Sucesso de marketing e de vendas. Candler ganhou milhões de dólares, foi eleito prefeito de Atlanta e entregou o negócio ao filho Howard – que, em 1923, por 25 milhões de dólares, vendeu a Coca-Cola Company a Ernest Woodruff. Logo depois, o velho Candler teve um derrame cerebral e acabou morrendo. Muito triste e muito rico.
Para Woodruff, “Coca-Cola era o sonho americano numa garrafa”. Sua estratégia de venda era “um cartaz em cada esquina, e garrafas de coca em todos os estabelecimentos”. Para conquistar o público infanto-juvenil, em 1931, contratou o publicitário sueco Haddon Sundblom. Assim nasceu – como conhecemos hoje – a figura de Papai Noel. Desde 1881, por conta dos desenhos de Thomas Nast na Harper’s Weeklys, o bom velhinho era magro e se vestia de azul, amarelo, verde e vermelho. Acabou gordinho (como a garrafa) e vestindo as mesmas cores do rótulo (vermelho e branco).

Para ler a parte II, acesse:

http://www.continentemulticultural.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4013:uma-breve-historia-da-coca-cola-final&catid=122:sabores-pernambucanos







domingo, 20 de março de 2011

A Expansão Imperialista dos EUA no Século XIX.wmv

Política Imperialista

Parte Histórica EUA

"... dia do meu passarinho-pai!"

 A tristeza muito cedo me visitou neste domingo de março (20.03).
Um episódio triste  marca a perda do MEU PAI - um guerreiro, que lutou pela vida de forma digna.
As lembranças vieram  e  me fez rever momentos de alegria, paz, carinho, cumpliciddade com uma pessoa agradavel a todos.
Hoje, percebi a lacuna que existe:
a falta de uma abraço fraterno...
um chamar de minha filha querida....
pronunciar o nome PAI...
o dizer alô pai...
bom dia, boa tarde ou boa noite PAI QUERIDO..
regular pelo celular -  pai, vc tá onde?
a saudade imensa de dizer, PAI já cheguei!!
As lágrimas dificil de controlar, por perceber que essa simples palavra  PAI, não pronunciarei e nem ouvirei mais.
Nem tão pouco, alguém me esperando no portão e dizendo o almoço ta pronto minha filha....
Ou aquela pessoa q contava as mesma s histórias como se fosse a primeira vez e dizia filha vem saber da novidade...
E aquele pai-herói que encantava  a todos com sua serenidade, exemplo, carinho e o grande amor fraternal a seus filhos de sangue e os adotivos, netos (as), amigos etodos que o conheciam...
As vezes, penso que vou te encontar na tua casa ou casa do Vô , encostado no portão com ar de alegria por cada um que chegou.
Ainda é profunda a tristeza,  a dor ainda é intensa...
Te amo muito, Pai Querido!!

Você é um Grande Amor para recordar sempre e sempre!!
Irane (20.03.11)

terça-feira, 15 de março de 2011

Projeto Dramatizando as cenas em sala de aula


O livro  me permite conhecer o mundo: devagar e sempre!!!

O ato de discorrer sobre os episódios da Idade Média, Moderna e sua influência na  formação do povo brasileiro, leva a uma ação  interdisciplinar,  com apoio do  conteúdo do livro didático, no intuito de estender o leque de conhecimento do alunado  (1ª  e 2ª  série) que perpassa pela  apropriação de espaço  dos brasis (geográfico, histórico, social, biológico, empreendedor e literário), pela valorização da instituição que fazem parte e proporciona a formação educacional-profissional desse homem globalizante e globalizado.  [...]


domingo, 13 de março de 2011

"...o Auto da Compadecida!"

Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna.
Análise da obra. Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, é uma peça clássica do teatro brasileiro, escrita em 1955 e publicada em 1957. Virou minissérie de televisão e ganhou uma versão para o cinema. Abordando temas universais como a avareza humana e suas amargas conseqüências, por meio de personagens populares, Suassuna, nesta obra, prepara o espectador para um desfecho moralizante conforme os preceitos do cristianismo católico.A visão cristã da vida presente no Auto traz uma concepção da religião como algo simples, agradável, doce e não como uma coisa formal e solene, difícil e mesmo penosa. Essa intimidade com Deus, e a idéia de simplicidade nas relações dele com os homens, essa compreensão da vida e fé na misericórdia, parecem aspectos primordiais no sentido religioso da obra: a compreensão das faltas humanas, atribuída à Nossa Senhora, que, como mulher, simples e do povo, explica-as e pede para elas a compaixão divina. A obra trata-se de uma farsa que é igualmente uma reflexão sobre as relações entre Deus e os homens: um milagre de Nossa Senhora, como os medievais, apresentado sob a forma de uma pantomima de circo. Até o seu catolicismo é popular, favorecendo os humildes contra os ricos, menos por influência política do que por uma profunda simpatia cristã pelos fracos e desprotegidos.Assim, o que Suassuna passa é que o homem do sertão deve ser perdoado, de seus pecados, por experimentar inúmeras dificuldades, tanto de ordem climática, quanto social. O sofrimento passado em vida já é capaz, por si só, de absolver todos os pecados – conseqüências de seu cotidiano exigente e de sua luta por sobreviver. O sertão é terra de ninguém, deserto ameaçador donde emergem deuses e diabos, sob a égide do acaso, do caos e da fatalidade. Esses seres-ameaçadores espreitam o homem por dentro e por fora. Em meio ao caos que os alimentam, estabelecem continuamente a recriação da ordem, num processo infinito de auto-eco-organização.O autor mostra um povo religioso, de pé no chão, acuado pela seca, atormentado pelo fantasma da fome e em constante luta contra a miséria. Traça o perfil dos sertanejos nordestinos que estão submetidos à opressão a que foram, e ainda hoje são, subjugados por famílias de poderosos coronéis que possuem terras e almas por vastas áreas do Brasil.Dentro desse contexto, João Grilo é a figura que representa os pobres oprimidos, é o homem do povo, é o típico nordestino amarelo que tenta viver no sertão de forma imaginosa, utilizando a única arma do pobre, a astúcia, para conseguir sobreviver.Suassuna leva a julgamento almas, diante do tribunal, dirigido por Deus e o diabo, que são pecadoras devido às condições sociais existenciais, que se apresentam mais fortes que os valores morais. São acusados o bispo e o padre João, por se utilizarem da autoridade religiosa para enriquecerem. No entanto, com a intercessão de Nossa Senhora, a sentença é atenuada e eles se encaminham para o purgatório. O padeiro, por ser sovina, e sua mulher, por adultério, também recebem a sentença final de ocuparem, juntamente com o padre, o bispo e o sacristão, os cinco lugares vagos do purgatório. São acusados também o cangaceiro Severino e o cabra dele, por tirarem a vida das pessoas sem autorização divina.A oposição bem x mal, tipicamente da visão maniqueísta cristã, que conseqüentemente divide o mundo em céu e inferno, é característica que consta na peça. O julgamento é moral, portanto condenam-se os vícios e as vaidades e glorifica-se a modéstia e a humildade.Se encontra também uma severa crítica aos maus costumes dos representantes da Igreja, que abusam de seu poder, contribuindo para a corrupção da instituição, uma vez que favorecem os ricos e têm hábitos que são condenados pela própria Igreja.O título da obra remete à noção de que o homem é um ser passível de erro, mas é possível que seja perdoado, por intermédio da “Compadecida”, Nossa Senhora, que, na Igreja Católica, é considerada pelos fiéis a advogada capaz de interceder pelos pecadores junto a Jesus Cristo.Dessa forma, em diversas passagens da obra, podem-se interpretar tanto o comportamento de Manuel, como o da Compadecida, como mais humanizados e condescendentes com as falhas humanas, retratados, às vezes, até com uma boa dose humor. O autor permite-se o exercício de um diálogo simultaneamente complementar e antagônico entre morte e vida. Por meio dele abre-se uma brecha, que introduz a dimensão da imortalidade desvelada, por exemplo, na ressurreição do personagem João Grilo. Em Auto da Compadecida, Ariano Suassuna consegue realizar uma magnífica síntese de duas tradições: a dos autos da era medieval e a da literatura picaresca espanhola. Na era medieval, a cultura era indissociável da religião, mesmo porque a Igreja controlava tudo com mão de ferro. A Igreja cultivava os autos dramáticos de devoção aos santos para doutrinar e tolerava os autos cômicos para divertir o povo. A tradição da literatura picaresca espanhola vem da cultura popular e chega ao ápice no Dom Quixote, de Cervantes. Segundo o autor, a peça nasceu da fusão de três folhetos de cordel: O enterro do cachorro, O cavalo que defecava dinheiro e O castigo da soberba.A obra apresenta os seguintes elementos que permitem a identificação de sua participação num determinado estilo de época da evolução cultural brasileira: 1- O texto propõe-se como um auto. Dentro da tradição da cultura de língua portuguesa, o auto é uma modalidade do teatro medieval, cujo assunto é basicamente religioso. Assim o entendeu Paula Vicente, filha de Gil Vicente, quando publicou os textos de seu pai, no século XVI, ordenando-os principalmente em termos de autos e farsas.Essa proposta conduz a que a primeira intenção do texto está em moldá-lo dentro de um enquadramento do teatro medieval português, ou mais precisamente dentro das perspectivas do teatro de Gil de Vicente, que realizou o ideal do teatro medieval um século mais tarde, isso no século XVI, portanto, em plano Quinhentismo (estilo de época).2- O texto propõe-se como resultado de uma pesquisa sobre a tradição oral dor a romanceiros e narrativas nordestinas, fixados ou não em termos de literatura de cordel. Propõe, portanto, um enfoque regionalista ou, pelo menos, organiza um acervo regional com vistas a uma comunicação estética mais trabalhada.3- A síntese de um modelo medieval com um modelo regional resulta, na peça, como concebida pelo Autor. Se verificar que as tendências mais importantes do Modernismo definem-se no esforço por uma síntese nacional dos processos estáticos, pode-se concluir que o texto do Auto da Compadecida se insere nas preocupações gerais desse estilo de época, deflagrado a partir de 1922, com a Semana de Arte Moderna, em São Paulo. Um modelo característico dessa síntese se encontra em Macunaíma, de Mário de Andrade, de 1927, e em Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa (1956), entre outros.O ESTILO DO AUTORQuando se faz a interpretação de uma peça teatral, o estilo do autor deve ser analisado dentro de uma perspectiva totalmente diferente daquela que adota-se para a interpretação do romance, do conto, da novela, do poemas - da Literatura, enfim. Isso acontece porque a concepção do texto teatral baseia-se na finalidade do mesmo: a representação por atores. Já o texto literário é concebido para ser lido e meditado pelo leitor, assumindo, portanto, outra feição.Feita essa observação, observa-se que Ariano Suassuna procura definir a forma final de seu texto através dos seguintes elementos:1- O autor não propõe, nas indicações que servem de base para a representação, nenhuma atitude de linguagem oral que seja regionalista.2- O autor busca encontrar uma expressão uniforme para todas a personagens, na presunção de que a diferença entre os atores estabeleça a diferença nos chamados registros da fala.3- A composição da linguagem é a mais próxima possível da oralização, isto, é, o texto serve de caminho para uma via oral de expressão.4- Os únicos registros diferentes ocorrem, como indicados no próprio texto:a) do Bispo, "personagem medíocre, profundamente enfatuado" (p.72), como se nota nesta passagem: Deixemos isso, passons, como dizem os franceses (p.74).b) de Manuel (Jesus Cristo) e da Compadecida (Nossa Senhora), figuras desataviadas, embora divinas, porque são concebidas como encarnadas em pessoas comuns, como o próprio João Grilo:
MANUEL: Foi isso mesmo, João. Esse é um dos meus nomes, mas você pode me chamar de Jesus, de Senhor, de Deus... Ele / isto é, o Encourado, o Diabo / `gosta de me chamar Manuel ou Emanuel, porque pensa pode persuadir de que sou somente homem. Mas você, se quiser, pode me chamar de Jesus. (p.147)A COMPADECIDA: Não, João, por que iria eu me zangar? Aquele é o versinho que Canário Pardo escreveu para mim e que eu agradeço. Não deixa de ser uma oração, um invocação. Tem umas graças, mas isso até a torna alegre e foi coisa de que eu sempre gostei. Quem gosta de tristeza é o diabo (p.171).
5- Quatro denominações de personagens referem-se a determinados condicionamentos regionais: João Grilo, Severino do Aracaju, o Encourado (o Diabo) e Chicó. Quanto ao Encourado, o autor dá a seguinte explicação:
Este é o diabo, que, segundo uma crença do sertão do Nordeste, é um homem muito moreno, que se veste como um vaqueiro. (p.140)
6- Na estrutura da peça, isto é, na forma final do texto é que se revela o estilo do autor, concebido com o a linguagem através da qual ele cria e comunica sua mensagem fundamental.ESTRUTURAA peça não se apresenta dividida em atos. Como o autor dá plena liberdade ao encenador e ao diretor para definirem o estilo da representação, convém anotar que são por ele sugeridos três atos, cuja divisão ou não por conta dos responsáveis pela encenação:
Aqui o espetáculo pode ser interrompido, a critério do ensaiador, marcando-se o fim do primeiro ato. E pode-se continuá-lo, com a entrada do Palhaço (p.71).Se se montar a peça em três atos ou houver mudança de cenário, começará a aqui a cena do Julgamento, com o pano abrindo e os mortos despertando(p.137).
Do ponto de vista técnico, o autor concebe a peça como uma representação dentro de outra representação.
/.../ o Autor gostaria de deixar claro que seu teatro é mais aproximado dos espetáculos de circo e da tradição popular do que do teatro moderno (p.22).
A representação dentro da representação caracteriza-se:a) pela apresentação do Auto da Compadecida como parte de um espetáculo circense, espetáculo esse simbolizado no Palhaço, que faz a apresentação da peça e dos atores.b) pela apresentação do Auto propriamente dito, com sua personagens. Como a representação ocorre num circo, o Palhaço marca as situações técnicas e estabelece a ligação entre o circo e a representação no circo.c) Ariano Suassuna dá plena liberdade ao diretor, no que respeita à definição do cenário, que poderá "apresentar uma entrada de igreja à direita, com um apequena balaustrada ao funda /../. Mas tudo isso fica a critério do ensaiador e do cenógrafo, que podem montar a peça com dois cenário /.../" (p.21).d) Percebe-se, portanto, que a técnica de composição da peça segue uma linha simplista, solicitada pelo próprio autor, o que faz residir a importância da mesma apenas na proposição dos diálogos e no decurso da ação conseqüente.A estrutura propriamente dita, isto é, a forma final do texto é o elemento fundamental par a compreensão da peça.PERSONAGENSA peça apresenta quinze personagens de cena e uma personagem de ligação e comando do espetáculo. As personagens assumem uma posição simbólica, e é desse simbolismo que deriva a importância do texto.Principal: João Grilo é a personagem principal porque atua como criador de tosa as situações da peça. Outras: Chicó, Padre João, Sacristão, Padeiro, Mulher do Padeiro, Bispo, Cangaceiro, o Encourado, Manuel, A Compadecida, Antônio Morais, Frade, Severino do Aracaju, Demônio. Essas personagens compõem o quadro de cada situação.Ligação: Palhaço, representando o autor, liga o circo à representação do Auto da Compadecida.Organizado o quadro desses personagens, vejamos agora as características de cada uma delas.1. JOÃO GRILO. A dimensão de sua importância surge logo no início da peça quando as personagens são apresentadas ao público pelo Palhaço. Apenas duas personagens se dirigem ao público. Uma, a chamado do Palhaço, a atriz que vai representar a Compadecida, e João Grilo.
"PALHAÇO: Auto da Compadecia! Umas história altamente moral e um apelo à misericórdia.JOÃO GRILO: Ele diz "à misericórdia", porque sabe que, se fôssemos julgados pela justiça, toda a nação seria condenada (p.24).
Mas a importância inequívoca de João Grilo na estrutura da peça define-se a partir do fato de que as situações do Auto da Compadecida são todas desenvolvidas por essa personagem:- a benção do cachorro, e o expediente utilizado: o Major Antônio Morais. JOÃO GRILO: "Era o único jeito de o padre prometer que benzia. Tem medo da riqueza do major que se péla. Não viu a diferença? Antes era " Que maluquice, que besteira!", agora "Não veja mal nenhum em se abençoar as criatura de Deus!" (p.33).- a loucura do Padre João, como justifica para o Major Antônio Morais. JOÃO GRILO: /.../ "É que eu queria avisar para Vossa Senhoria não ficar espantado: o padre está meio doido".(p.40). "Não sei, é a mania dele agora. Benzer tudo e chama a gente de cachorro"(p.41).- o testamento do cachorro. JOÃO GRILO: "Esse era um cachorro inteligente. Antes de morrer, olhava para a torre da igreja toda vez que o sino batia. Nesses últimos tempos, já doente para morrer, botava uns olhos bem compridos para os lados daqui, latindo na maior tristeza. Até que meu patrão entendeu, coma a minha patroa, é claro, que ele queria ser abençoada e morrer como cristão. Mas nem assim ele sossegou. Foi preciso que o patrão prometesse que vinha encomendar a benção e que, no caso de ele morrer, teria um enterro em latim. Que em troca do enterro acrescentaria no testamento dele dez contos de réis para o padre e três para o sacristão" (p.63-64).- o gato que "descome dinheiro". JOÃO GRILO: "Pois vou vender a ela, para tomar lugar do cachorro, um gato maravilhoso, eu descome dinheiro" (p.38). "Então tiro. (Passa a mão no traseiro do gato e tira uma prata de cinco tostões). Esta aí, cinco tostões que o gato lhe dá de presente"(p.96).- a gaita que fecha o corpo e ressuscita. JOÃO GRILO: "Mas cura. Essa gaita foi benzida por Padre Cícero, pouco antes de morrer" (p.122).- a "visita" ao Padre Cícero. JOÃO GRILO: "Seu cabra lhe dá um tiro de rifle, você vai visitá-lo. Então eu toco na gaita e você volta" (p.127). Essa situação decorre da anterior, mas pode ser considerada com o independente.- o julgamento pelo Diabo (o Encourado). JOÃO GRILO: "Sai daí, pai da mentira! Sempre ouvi dizer que para se condenar uma pessoa ela tem de ser ouvida!"(p.144).- o apelo à misericórdia (À Virgem Maria). JOÃO GRILO: "Ah, isso é comigo. Vou fazer um chamado especial, em verso. Garanto que ela vem, querem ver?" (p.169).Observa-se agora a distribuição das personagens nas situações acima definidas, situações essas todas elas deflagradas por João Grilo, como já foi observado:Situação / Personagens / Conteúdo da situação1ª. João Grilo - Chicó - Padre João: a bênção do cachorro da mulher do padeiro. Expediente de João Grilo: o cachorro pertence ao Major Antônio Morais.2ª. João Grilo - Chicó - Antônio Morais - Padre: chega o Major Antônio Morais. Expediente de João Grilo: o Padre João está maluco, benze a todos e chama todo mundo de cachorro.3ª. João Grilo - Padre - Mulher - Padeiro - Chicó - Sacristão - Bispo: o testamento do cachorro morto. Expediente de João Grilo: o cachorro morto, encomendado em latim e tudo mais, deixa no seu testamento dinheiro para o Sacristão, para o Padre e para o Bispo. Fonte do dinheiro: o Padeiro e sua mulher.4ª. João Grilo - Chicó - Mulher: a mulher do Padeiro lamenta a perda de seu cachorro. Expediente de João Grilo: arranja-lhe um gato que descome dinheiro. Vende-o e faz seu lucro.5ª. João Grilo - Chicó - Bispo - Padre - Padeiro - Frade - Sacristão - Mulher - Severino (do Aracaju) - Cangaceiro: o assalto do cangaceiro Severino do Aracaju. Expediente de João Grilo: a gaita que fecha o corpo e ressuscita. A bexiga cheia de sangue. Evento especial: todas as personagens morrem, inclusive João Grilo. Salva-se Chicó.6ª. Palhaço - João Grilo - Chicó - Todas as demais personagens Demônio - O Encourado - Manuel: ressurreição no picadeiro do circo. O Julgamento pelo Demônio, pelo Encourado e por Manuel (Cristo). Expediente de João Grilo: forçar o julgamento, ouvindo os pecadores.7ª. Todas as personagens - A Compadecida: condenação dos pecadores. Expediente de João Grilo: apelo à misericórdia da Virgem Maria.Pela composição do quadro acima, nota-se que em todas as seqüências a presença de João Grilo é fundamental. Daí a afirmação de que a peça gira em torno dessa personagem, do ponto de vista estrutural.João Grilo é uma figura típica do nordestino sabido, analfabeto e amarelo. Habituado a sobreviver e a viver a partir e expedientes, trabalha na padaria, vive em desconforto e a miséria é sua companheira. Sua fé nas artimanhas que cria, reflete, no fundo, uma forma de crença arraigada na proteção que recebe, embora sem saber, da Compadecida. É essa convicção que o salva. E ele recebe nova oportunidade de Manuel (Cristo), retornando- à vida e à companhia de Chicó. É uma oportunidade inusitada de ressurreição e retorno à existência. Caberá a ele provar que essa oportunidade foi ou não bem aproveitada.2. CHICÓ. Companheiro constante de João Grilo e, especialmente, seu diálogo. Chicó envolve-se nos expedientes de João Grilo e é seu parceiro, mais por solidariedade do que por convicção íntima. Mas é um amigo leal.3. PADRE JOÃO, O BISPO e o SACRISTÃO. Essas personagens, embora de atuação diversa, estão concentradas em torno de simonia e da cobiça, relacionada com a situação contida no testamento do cachorro.4. ANTÔNIO MORAIS. É a autoridade decorrente do poder econômico, resquício do coronelismo nordestino, a quem se curvam a política, os sacerdotes e a gente miúda.5. PADEIRO e sua MULHER. Encarnam, um lado, a exploração do homem pelo homem e, de outro, o adultério.6. SEVERINO DO ARACAJU e o CANGACEIRO. Representam a crueldade sádica, e desempenham um papel importante na seqüência de número cinco, porque nessa seqüência matam e são mortos. Com isso propicia-se a ressurreição e o julgamento.7. O ENCOURADO e o DEMÔNIO. Julgam, aguardando seu benefício, isto é, o aumento da clientela do inferno. É importante verificar que representam, de alguma forma, um instrumento da Justiça, encarnado em Manuel (O Cristo).8. MANUEL. É o Cristo negro, justo e onisciente, encarnação do verbo e da lei. Atua como julgador final dos da prudência mundana, do preconceito, do falso testemunho, da velhacaria, da arrogância, da simonia, da preguiça. Personagem a personagem têm seu pecado definido e analisado, com sabedoria e com prudência.9. A COMPADECIDA. É Nossa Senhora, invocada por João Grilo, o ser que lhe dará a Segunda oportunidade da vida. Funciona efetivamente como medianeira, plena de misericórdia, intervindo a favor de quem nela crê, João Grilo.Pela atuação das personagens, pelo sentido global que encima a peça, percebemos claramente que nela existe uma proposição metafísica, vinculada à Igreja Católica e à idéia da salvação.Ao lado da significação global do texto, como estrutura, o Palhaço define essa proposição claramente.O Palhaço realiza, nessa peça, o papel do Corifeu, no teatro clássico, e sua intervenção corresponde à parábase da comédia clássica - trecho fora do enredo dramático em que as idéias e as intenções ficam claramente expressas:PALHAÇO.
Ao escrever esta peça, onde combate o mundanismo, praga de sua igreja, o autor quis ser representado por um palhaço, para indicar que sabe, mais do que ninguém, que sua lama é um velho catre, cheio de insensatez e de solércia. Ele não tinha o direito de tocar nesse tema, mas ousou fazê-lo, baseado no espírito popular de sua gente, porque acredita que esse povo sofre, é um povo e tem direito a certas intimidades (p.23-24)./.../ Espero que todos os presente aproveitem os ensinamentos desta peça e reformem suas vidas, se bem que eu tenho certeza de que todos os que estão aqui são uns verdadeiros santos, praticantes da virtude, do amor a Deus e ao próximo, sem maldade, sem mesquinhez, incapazes de julgar e de falar mal dos outros, generosos, sem avareza, ótimos patrões, excelentes empregados, sóbrios, castos e pacientes (p.137).
A intenção moral, ou moralidade da peça, fica muito clara, desde que se torne claro, também, que essa intenção vincula-se a uma linha de pensamento religioso, e da Igreja Católica.PROBLEMÁTICA DA OBRAPela estrutura da peça, pode-se notar que:1- sua intenção clara e expressa é de natureza moral, e de moral católica;2- os componentes estruturais do texto revelam personagens que simbolizam pecados (maiores ou menores), que recebem o direito ao julgamento, que gozam do livre-arbítrio e que são ou não condenados.Percebe-se, de outro lado, que a preocupação maior reside em compor um auto de moralidade, ao estilo quinhentista português (modelo Gil Vicente), mas seguindo alinha do teatro dirigido aos catecúmenos, do Padre Anchieta.Para tanto, a peça se embasa em determinadas tradições localistas e regionalistas do folclore, com vistas à sua sublimação como instrumento pitoresco de comunicação com o público (que, no caso, seriam os catecúmenos).Com isso, nota-se que a realidade regional brasileira, especificamente a realidade nordestina, está presente através de seus instrumentos culturais mais significativos, as crenças e a literatura de cordel.O autor não pretende analisar essa realidade brasileira, mas a partir dela moralizar os homens, isto é, dinamizar nas usas consciências a noção do dever humano e da responsabilidade de cada um em relação a seus semelhantes e em relação a Deus, onisciente e onipresente.Como proposição estética, o Auto da Compadecida procura corporificar as seguintes noções:1- a criação artística, o teatro em particular, devem levar o povo, a cultura desse povo a ele mesmo. Daí o circo, seu picadeiro e a representação dentro da representação.2- menos do que essa realidade regional e cultural de um povo, o que importa é criar um projeto que defina idéias e concepções universais (as da Igreja, no caso) com o fim de consciencializar o público. Por esse motivo a realidade regional nordestina é, no caso, instrumento de uma idéia e não fim em si nessa;3- criar um texto teatral é, antes de tudo, criá-lo para uma encenação, daí a absoluta liberdade que o autor 'da para qualquer modalidade de encenação. O próprio texto final da peça, como editado, é o resultado da experiência colhida a representação pública.Créditos: Sâmara Rodrigues de Ataíde, Especialista em Lingüística e Literatura Comparada - UFV Biblioteca Digital Unec Vestibular-76 (1976), profs. Delson Gonçalves Ferreira, Teotônio Marques Filho, Juarez Távora de Freiras e Luís Paulo de Brito, Editora O Lutador-MG, edição dirigida aos exames vestibulares da UFMG.
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/a/auto_da_compadecida

O Auto da Compadecida - Ariano Suassuna

O Auto da Compadecida - Ariano Suassuna
Resumo
No vilarejo de Taperoá, sertão da Paraíba, João Grilo e Chicó, dois nordestinos sem eira nem beira, andam pelas ruas anunciando A Paixão de Cristo, "o filme mais arretado do mundo". A sessão é um sucesso, eles conseguem alguns trocados, mas a luta pela sobrevivência continua. João Grilo e Chicó preparam inúmeros planos para conseguir um pouco de dinheiro. Novos desafios vão surgindo, provocando mais confusões armadas pela esperteza de João Grilo, sempre em parceria com Chicó, mas a chegada da bela Rosinha, filha de Antonio Moraes, desperta a paixão de Chicó, e ciúmes do cabo Setenta. Os planos da dupla, que envolvem o casamento entre Chicó e Rosinha e a posse de uma porca de barro recheada de dinheiro, são interrompidos pela chegada do cangaceiro Severino e a morte de João Grilo. Todos os mortos reencontram-se no Juízo Final, onde serão julgados no Tribunal das Almas por um Jesus negro e pelo diabo. O destino de cada um deles será decidido pela aparição de Nossa Senhora, a Compadecida e traz um final surpreendente, principalmente para João Grilo.
Pedra do reino' é apresentado como um romance autobiográfico narrado por Dom Pedro Dinis Ferreira-Quadrena, o auto-proclamado 'Rei do Quinto Império e do Quinto Naipe, Profeta da Igreja Católico-Serteneja e pretendente ao trono do Império do Brasil'. Quaderna, obcecado em criar uma versão essencialmente nordestina para o livro 'Compêndio narrativo do peregrino da América Latina', de Nuno Marques Pereira, se descreve como descendente dos verdadeiros reis brasileiros - que nenhuma relação têm com aqueles 'imperadores estrangeirados e falsificados da Casa de Bragança'. Seus antepassados são, na verdade, os legítimos reis castanhos e 'cabras' da Pedra do Reino do Sertão, que fundaram a sagrada Coroa do Brasil. As desventuras de Quaderna e a trágica história de sua família na cidade de São José do Belmonte, no interior de Pernambuco, funcionam como o ponto de partida para Suassuna promover suas misturas perfeitas - o rico com o pobre, a arte com o cotidiano, a ingenuidade com a malícia, a realidade com a fantasia, a odisséia com a sátira, a Europa com o sertão.
http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=786689&sid=0155200748718515217042953&k5=34C1F353&uid=

Cariri Cangaço: A Maravilhosa Epopéia da Pedra do Reino

Ariano Suassuna: a cidade com caracteristicas europeias no sertão nordestino (Brasil)
Cariri Cangaço: A Maravilhosa Epopéia da Pedra do Reino: "Durante três anos, de 1835 a 1838, na Serra do Catolé, em São José do Belmonte, Pernambuco, uma comunidade com cerca de mil pessoas mor..."

Pedra do reino (Ariano Suassuna)

Maravilhosa Epopéia da Pedra do Reino
Durante três anos, de 1835 a 1838, na Serra do Catolé, em São José do Belmonte, Pernambuco, uma comunidade com cerca de mil pessoas morou próximo às pedras de 30 e 33 metros de altura, sob a liderança do jovem João Antônio dos Santos e posteriormente de seu cunhado João Ferreira; a partir dali nasceria a fantástica história das "Pedras do Reino".
A crença era baseada no sebastianismo. Inspirado em cordel sobre D. Sebastião, João Antônio dizia que o mitológico rei português (morto no século 16 em batalha contra os mouros) desencantaria ali, e acreditavam no aparecimento, em pleno sertão, do Reino Encantado de Dom Sebastião, revivendo, assim, a lenda lusitana do rei que retornaria para restaurar a soberania do Império Português, livrando o povo das mazelas. A espera terminou com o massacre da Pedra do Reino, em que 53 pessoas, dentre essas, 20 crianças; e 14 cães morreram em sacrifício, entre os dias 14 e 16 de maio de 1838.
Dom Sebastião foi o Rei português morto em 1578 quando, aos 24 anos, se lança numa nova Cruzada, rumo ao Marrocos. Na tentativa de converter mouros em cristãos, desaparece na batalha de Alcácer Quibir. Seu corpo nunca fora encontrado. Portugal anos depois passa para as mãos espanholas. Cresce em terras lusas o sonho de que D.Sebastião um dia retorne para restaurar o Império Português. O mito se estabelece.

No Brasil, o mito sebastianista da Pedra do Reino prometia que o Rei finalmente voltaria do deserto instalando aos pés da Pedra Bonita – nome primitivo da Pedra do Reino – um Reino Encantado. Distribuiria riqueza, terras e libertaria os negros da escravidão. O sangue dos fiéis derramado nas Pedras - pregava o líder dos sebastianistas - abriria caminho para o “desencantamento” do Rei.
Movimento fanático surgiu no município de Floresta (em área que depois integraria o município de São José do Belmonte), interior de Pernambuco, em 1836, um ano depois de o estado sofrer uma grande seca. Teve início com as pregações do beato João Antônio. O beato foi logo seguido por uma legião de adeptos, mas, pressionado por padres católicos, desistiu da iniciativa. Dois anos depois, João Ferreira (um cunhado do beato João Antônio) reinicia o movimento, com as mesmas promessas de criação do "Reino Encantado". O fanático João Ferreira reunia seus seguidores em torno de um grande rochedo;a "Pedra do Reino"; e dizia que, para que o rei Sebastião revivesse e pudesse realizar o milagre da riqueza, era preciso que a grande pedra ficasse totalmente tingida com sangue humano. Quem doasse o sangue para a volta do rei seria recompensado: velhos ressuscitariam jovens; pretos voltariam brancos e todos, além de ricos, seriam imortais na nova vida. Tiradas de suas lavouras pelo flagelo da seca, famílias de agricultores acamparam em volta da rocha e passaram a aguardar o milagre.
Os registros oficiais sobre a Pedra do Reino citam uma beberagem à base de manacá com jurema servida por João Ferreira aos seus seguidores, durante as cerimônias sebastianistas. Um é raiz; a outra, erva. Ambos, fortes alucinógenos. João Ferreira proclamou-se "rei" e estabeleceu os costumes da comunidade ali formada. Por exemplo, cada homem poderia ter várias mulheres, mas cabia ao "rei" o direito da primeira noite: ele dormia a noite de núpcias com a recém-casada, devolvendo-a no dia seguinte ao marido. Todas as outras normas de conduta também eram ditadas por ele. A tentativa de tingir a pedra com sangue humano (para que, finalmente, o milagre acontecesse) foi levada à prática durante três dias de maio de 1838. O primeiro a ser degolado foi o pai do "rei" João Ferreira. Outras 50 pessoas foram sacrificadas, a maioria crianças. Mas, mesmo assim, o rei Sebastião não apareceu. Os fanáticos, então, decidiram sair em procissão, tendo à frente João Ferreira. Encontraram uma patrulha e foram massacrados.
Fonte:www.sobrenatural.org.br
NOTA CARIRI CANGAÇO: A Associação Cultural Pedra do Reino promove anualmente a grande festa da Cavalgada à Pedra do Reino, evento que relembra o movimento sebastianista liderado por João Antônio dos Santos, a partir de 1835, na Pedra do Reino. A história também foi imortalizada pelo espetacular romance de Ariano Suassuna, "A Pedra do Reino e o Principe do Sangue Vai-e-Volta".

Ariano Suassuna

Vida
Ariano Suassuna nasceu na então cidade de Nossa Senhora das Neves - hoje João Pessoa, capital da Paraíba. Logo em seguida, tendo seu pai, João Suassuna, deixado o governo do estado, Ariano acompanha a família de volta para a região do alto sertão paraibano, onde a mesma tinha várias fazendas. Assassinado o pai, a família deixa a região, mudando-se para a cidade de Taperoá, no chamado sertão seco, onde o futuro dramaturgo e romancista faz seus estudos primários. Em 1938 há nova mudança, desta vez para Recife, onde cursa o ginásio, estudando também música e pintura. Em 1946 entra para a Faculdade de Direito, ligando-se ao círculo de poetas, escritores e artistas da capital pernambucana e interessando-se cada vez mais pelo romanceiro popular nordestino e pelo teatro. Em 1952 começa a trabalhar em advocacia mas logo abandona a profissão, dedicando-se ao magistério e à atividade de escritor.

Obra
Com extensa obra teatral - publicou, entre outras, as peças Auto da compadecida, O santo e a porca, A farsa da boa preguiça -, Ariano Suassuna escreveu em 1956 A história do amor de Fernando e Isaura, romance até hoje inédito. Em 1958 começou a trabalhar em Quaderna, o decifrador, uma trilogia composta de: I - A pedra do reino II - O rei degoladoIII - Senésio, o alumioso .

A vida urbana medieval iluminada pela luz católica

A vida urbana medieval iluminada pela luz católica

CIDADES MEDIEVAIS

CIDADES MEDIEVAIS
‘A orientação da cultura medieval, que não tende a estabelecer modelos formais como a cultura antiga, torna impossível uma descrição geral da forma da cidade. As cidades medievais tem todas as formas possíveis, e se adaptam livremente a todas as circunstâncias históricas e geográficas, como já havíamos notado.
Podem-se porém catalogar alguns caracteres gerais, a relacionar com os caracteres políticos e econômicos descritos anteriormente:
1. As cidades medievais: tem uma rede de ruas não menos irregular que a das cidades muçulmanas. Porém, as ruas são organizadas de modo a formar um espaço unitário, no qual sempre é possível orientar-se e ter uma idéia geral do bairro ou da cidade. As ruas não são todas iguais, mas existe uma gradação contínua de artérias principais e secundárias; as praças não são recintos independentes das ruas, mas largos ligados estreitamente às ruas que para elas convergem. Somente as ruas secundárias são simples passagens: todas as outras se prestam a vários usos: ao tráfego, à parada, ao comércio, às reuniões. As casas, quase sempre de muitos andares, se abrem para o espaço público e tem uma fachada que contribui para formar o ambiente da rua ou da praça.
Os espaços públicos e privados não formam, pois, zonas contíguas
e separadas, como na cidade antiga: existe um espaço público comum, complexo e unitário, que se espalha por toda a cidade e no qual se apresentam todos os edifícios públicos e privados, com seus eventuais espaços internos, pátios ou jardins.
Este novo equilíbrio entre os dois espaços depende do compromisso entre a lei pública e os interesses privados. De fato, os estatutos comunais regulam minuciosamente os pontos de contato entre o espaço público e os edifícios privados, e as zonas em que os dois interesses se sobrepõem: as saliências das casas que cobrem uma parte da rua, os pórticos, as escadas externas, etc.
2. O espaço público da cidade: tem uma estrutura complexa, porque deve dar lugar a diversos poderes: o episcopado, o governo municipal, as ordens religiosas, as corporações. Assim, uma cidade bastante grande nunca tem um único centro: tem um centro religioso (com a catedral e o palácio episcopal), um centro civil (com o palácio municipal), um ou mais centros comerciais com as lojas e os palácios das associações mercantis. Estas zonas podem ser sobrepostas em parte, mas a contraposição entre o poder civil e religioso – que não existia na Antiguidade – é sempre mais ou menos acentuada.
Cada cidade é dividida em bairros, que tem sua fisionomia individual, seus símbolos e muitas vezes também sua organização política. No século XIII, quando as cidades se tornam maiores, formam-se nos bairros periféricos alguns centros secundários: são os conventos das novas ordens religiosas – os franciscanos, os dominicanos, os servitas – com suas igrejas e suas praças.
3. A cidade medieval é um corpo político privilegiado: e a burguesia da cidade é uma minoria da população total, que cresce rápida e continuamente desde o início do século XI, até a metade do século XIV. Portanto, a concentração é sua lei fundamental: o centro da cidade é o local mais procurado; as classes mais abastadas moram nos centros, as mais pobres na periferiaa; no centro se constroem algumas estruturas muito altas – a torre do palácio municipal, o campanário ou os zimbórios da catedral – que assinalam o ponto culminante do perfil da cidade e unificam o seu cenário também na terceira dimensão.
Toda cidade deve ter um cinturão de muros para se defender do mundo exterior, e enquanto cresce deve construir muitos cinturões concêntricos; estes muros, que são a obra pública mais cara, tem quase sempre um traçado irregular e arredondado, o mais breve possível para circundar uma dada superfície.
A construção de um novo cinturão é adiada até que no velho não haja mais espaço disponível; portanto, os bairros medievais são compactos, e as casas se desenvolvem em altura. Somente os grandes muros construídos em fins do século XIII e no início do século XIV – em Florença, em Siena, em Bolonha, em Pádua, em Gand – se revelaram demasiado grandes quando a população, no século XIV, deixou de crescer ou diminuiu. Em seu interior ficaram grandes espaços verdes, que foram ocupados somente no século XIX.
4. As cidades medievais que conhecemos receberam uma forma definitiva nos séculos seguintes, do século XV ao século XVIII, quando seu tamanho e sua aparelhagem já estavam estabilizados.
Nos séculos precedentes, quando estavam em pleno crescimento, seu aspecto devia ser muito mais desordenado. As igrejas e os palácios mais importantes eram canteiros cobertos de tapumes, cada nova obra era uma adição surpreendente. A unidade era garantida pela coerência do estilo, isto é, pela confiança no futuro, não pela memória de uma imagem passada. O gótico é justamente o estilo internacional que unifica os métodos de construção e de acabamento dos edifícios em toda a Europa, da metade do século XII em diante.
É o quadro descrito de maneira feliz por Le Corbusier em seu livro de 1937, Quando as Catedrais eram brancas:
“Quando as catedrais eram brancas, a Europa havia organizado as atividades produtivas segundo as exigências imperativas de uma técnica nova, prodigiosa, loucamente temerária, cujo emprego conduzia a sistemas de formas inesperadas – formas com um espírito que desdenhava as regras de mil anos de tradição, e não hesitava em projetar a civilização numa aventura desconhecida. Uma língua internacional favorecia a troca de idéias, um estilo internacional era difundido do Ocidente para o Oriente, do Norte para o Sul.
As catedrais eram brancas porque eram novas. As cidades eram novas: eram construídas de todas as medidas, ordenadas, regulares, geométricas, segundo um plano (…). Sobre todas as cidades e todos os burgos cercados de novos muros, o arranha-céu de Deus dominava a paisagem. Tinha sido feito mais alto do que se podia, extraordinariamente alto. Era uma desproporção no conjunto; mas não, era um ato de otimismo, um gesto de altivez, uma prova de mestria.
O novo mundo começava. Branco, límpido, jovial, polido, nítido e sem retornos, o novo mundo se abria como uma flor nas ruínas tinham sido deixados para trás todos os usos reconhecidos, tinha-se dado as costas ao passado. Em cem anos o prodígio foi levado a termo, e a Europa foi mudada.”
Os primeiros três caracteres – a continuidade, a complexidade, a concentração, – ficam estáveis no tempo e definem a natureza essencial das cidades européias; o quarto, ao contrário – que podemos chamar a capacidade de renovar-se – não sobrevive depois da crise da segunda metade do século XIV. O momento criativo mais importante passou; daí por diante olha-se para trás, para este passado, para tomar qualquer nova decisão.
Para compreender a cidade antiga, é suficiente uma descrição completa de poucas cidades dominantes: Atenas, Roma, Constantinopla. Ao contrário, na Idade Média não existe nenhuma supercidade, mas um grande número de cidades médias, entre as quais uma dúzia nos séculos XIII e XIV, alcançaram mais ou menos o mesmo tamanho: dos 300 aos 600 hectares de superfície e dos 50.000 aos 150.000 habitantes.
Os dados sobre a população são incertos, e não é possível deduzi-los pelas superfícies, visto que a densidade das construções nos últimos cinturões varia bastante. As cidades mais populosas – Milão e Paris – alcançaram talvez 200.000 habitantes, Veneza, 150.000; Florença, 100.000; Gand e Bruges, 80.000; Siena, 50.000. Nenhuma superou as capitais dos reinos árabes na Europa (Palermo com 300.000 habitantes, Córdoba com mais de meio milhão) e ficam, naturalmente, longe das grandes metrópoles orientais, Constantinopla e Bagdá, com um milhão e mais de habitantes.
Não é possível, num livro generalizado como este, descrever uma a uma as cidades da lista anterior: iremos nos restringir a cinco delas – Veneza, Bruges, Bolonha, Nuremberg, Florença – que não são as mais importantes, porém as mais adequadas a mostrar a variedade e a riqueza da casuística dos organismos urbanos medievais: um grande empório marítimo colocado entre Oriente e o Ocidente, uma cidade mercante da costa flamenga, uma cidade do Vale do Pó que se desenvolveu ao redor de um núcleo romano, uma cidade mercante e manufatureira da Alemanha central, uma cidade industrial e banqueira da Itália central.
http://arquitetandoblog.wordpress.com/2009/03/05/as-cidades-na-idade-media-introducao-leonardo-benevolo/

A Importância da Mulher na Sociedade


A Importância da Mulher na Sociedade
A mulher na
conquista de seu espaço na sociedade.
Enfrentando diversas discriminações e adaptações em relação aos “afazeres puramente femininos”, como cuidar de casa e da família, a mulher conseguiu superar suas dificuldades e ainda administrar seu tempo a favor de suas atividades, para que as questões familiares não entrem em conflito com questões
profissionais e sociais. A mulher ainda é alvo de grande discriminação por aqueles que ainda acreditam que “lugar de mulher é no fogão” e por isso enfrenta o grande desafio de mostrar que apesar de frágil é ainda forte, ousada e firme na tomada de decisões, quando necessário. A mulher tem marcado as últimas décadas mostrando que competência no trabalho também é um grande marco feminino. Apesar de ser taxada como sexo frágil, a mulher tem se mostrado forte o bastante para encarar os desafios propostos pelo mercado de trabalho com convicção e disposição. A fragilidade da mulher, ou melhor, a sensibilidade da mulher tem grande colaboração nas influências humanas que se tenta propagar na atualidade, pois, como é sabido, o mundo passa por transformações rápidas e desastrosas que precisam de mudanças imediatas. A mulher consegue transmitir a importante e dura tarefa de mudar hábitos com a clareza e a delicadeza necessária para despertar o envolvimento de cada indivíduo e a importância da mudança de cada um. O avanço feminino frente à política e economia ainda mostra a força da mulher em perceber e apontar os problemas tendo sempre boas formas de resolvê-los assim como os indivíduos do sexo masculino, o que evidencia o erro de descriminar e diminuir o sexo feminino privando-o a apenas poucas tarefas (domésticas). A realidade do crescimento do espaço feminino tem sido percebida pela participação da mulher em diferentes áreas da sociedade que lhe conferem direitos sociais, políticos e econômicos, assim como os indivíduos do sexo oposto.
Por Gabriela CabralEquipe

Brasil Escolahttp://www.brasilescola.com/geografia/a-importancia-da-mulher


Nobilitação do estado matrimonial e proteção da mulher e das crianças: outros legados medievais

Nobilitação do estado matrimonial e proteção da mulher e das crianças: outros legados medievais

A situação da mulher na Idade Média
A mulher assumiu diferentes lugares e significados ao longo de toda a Idade Média.
Ao falar sobre a situação da mulher no passado, muitos empreendem um discurso linear em que muitos fatos, experiências e valores históricos são simplesmente deixados para trás. Não raro, as mulheres têm o signo da submissão reservado a uma leitura equivocada, em que a suposta e recente libertação feminina tem seu valor fortalecido por essa interpretação negativa. No caso da Idade Média, ainda tida como o tempo das “trevas”, temos a impressão de que a religiosidade aparecia para reforçar ainda mais esse tipo de leitura superficial.Nos fins da Antiguidade, a figura da mulher era colocada em muitas situações de superioridade em relação à população masculina. Em muitas culturas, a mulher era vista como um ser especialmente capaz de realizar certos encantamentos e receber favor das divindades. Sob o olhar do próprio Cristianismo primitivo, vemos que os relatos sobre Jesus Cristo reforçam a ideia de que o Messias valorizava imensamente a participação feminina em importantes eventos e que seu lugar não poderia ser desconsiderado.Durante a propagação do Cristianismo, essa aura mágica e poderosa do feminino foi combatida por diversos clérigos que reafirmavam a igualdade entre homens e mulheres. Em termos gerais, tomando os gêneros como criaturas provenientes de uma mesma divindade, a suposta superioridade feminina era vista como uma falsidade que ia contra a ação divina. Com isso, o antigo discurso o qual a Igreja apenas detraiu a mulher, não correspondia às primeiras formulações que pensavam o lugar do feminino.Na medida em que o celibato se tornou uma das exigências mais importantes da organização hierárquica da Igreja, notamos que a desvalorização feminina se põe como estratégia de manutenção da organização eclesiástica. Eva, vista como a grande responsável pelo pecado original, é uma das justificativas que aproximavam a mulher do pecado. Do mesmo modo, era a mulher que pedira a cabeça de São João Batista e que descobriu o segredo de Sansão e o entregou para a sua humilhante morte.Contudo, já na Baixa Idade Média, vemos que esse processo de desvalorização, sedimentado pela Primeira Mulher, se transformava com a visão da Virgem Maria como um meio de renovação. Encarando diversos desafios em prol do jovem salvador, essa mulher determinava a constituição de outro olhar sobre o feminino. Não por acaso, vemos que o culto mariano, a canonização de mulheres e a reclusão nos conventos se elevam significativamente com esse tipo de reinterpretação.Tendo em vista a condição demasiadamente sagrada da Virgem Santa, a figura de Maria Madalena também era colocada como uma possibilidade mais acessível aos cristãos daquela época. A mulher poderia se arrepender dos seus pecados e, desse modo, se firmar como uma figura positiva. De fato, vemos que a suposta reclusão feminina não correspondia à existência de algumas mulheres intelectualizadas e independentes que circularam durante a Idade Média.Sendo um período histórico tão extenso, não teríamos condições próprias de abarcar todas as possibilidades de constituição da imagem feminina nesse tempo. Contudo, por meio dessa breve consideração, notamos que as mulheres assumiram papéis que extrapolaram os antigos preconceitos ainda reservados ao medievo. Sem dúvida, as mulheres medievais são muitas, variadas e dinâmicas, como as manifestações do tempo em que viveram.Por Rainer SousaMestre em HistóriaEquipe Brasil Escola
http://www.brasilescola.com/historia/a-situacao-da-mulher-na-idade-media.htm

sábado, 12 de março de 2011


SENAI é o Serviço de Nacional de Aprendizagem Industrial, e todos os anos oferece centenas vagas para jovens em todo o Brasil que desejem adquirir conhecimento em diversas aéreas de atuação na industria e áeras semelhantes, o SENAI visa principalmente fornecer e atender a grande demanda da mão-de-obra qualificada do mercado.
O SENAI existe em todo o Brasil e com certeza no seu estado haverá uma escola SENAI onde você poderá fazer um curso que lhe será muito útil, trazendo uma melhor colocação profissional e abrindo portas no mercado de trabalho.
No portal SENAI você pode consultar as opções de cursos grátis para sua cidade e estado, existem cursos com diferentes cargas horárias, dependendo da modalidade (aprendizagem, técnico, superior, pós-graduação, qualificação e aperfeiçoamento) e da área de atuação na industria.
Para maiores informações, como inscrições, datas, horários do curso e disponibilidade de cursos a distância, acesse o
portal do SENAI, escolha sua cidade, a área de atuação de seu interesse e cresça profissionalmente!
http://anderssauro.com/cursos-gratis-senai-2011.html
Eu gosto do impossível,
tenho medo do provável,
dou risada do ridículo e choro porque tenho vontade,
mas nem sempre tenho motivo.
Tenho um sorriso confiante que as vezes não demonstra o tanto de insegurança por trás dele.

Sou inconstante e talvez imprevisível.
Não gosto de rotina.

Eu amo de verdade aqueles pra quem eu digo isso,
e me irrito de forma inexplicável quando não botam fé nas minhas palavras.
Nem sempre coloco em prática aquilo que eu julgo certo.
São poucas as pessoas pra quem eu me explico...

Bob Marley