quinta-feira, 10 de março de 2011




Infecto-contagiosas/Epidemias
A cólera é uma doença diarreica aguda cujo agente etiológico é a bactéria
Vibrio Colerae.
A maior parte dos casos é assintomático ou de grau leve, caracterizados por diarréia líquida , geralmente sem febre, podendo ou não ter vômitos e cólicas abdominais acompanhando o quadro.
Nos casos graves (menos de 10%) a diarréia se apresenta em grande volume, com fezes em "água de arroz", sem sangue, levando a desidratação severa e óbito em 50% casos se não tratados a tempo.
Transmissão
O V. cholerae penetra no organismo humano por ingestão de água ou de alimentos contaminados (transmissão fecal-oral). Se conseguir vencer a acidez do estômago, alcança o intestino delgado onde o meio é alcalino, multiplica-se intensamente, principalmente em duodeno e jejuno, e produz a enterotoxina que pode causar diarréia.
Uma pessoa infectada elimina o V. cholerae nas fezes por, em média, 7 a 14 dias.
A água e os alimentos podem ser contaminados, principalmente, por fezes de pessoas infectadas, com ou sem sintomas. A propagação direta de uma pessoa para outra é pouco importante, uma vez que é necessário uma grande quantidade de bactérias para produzir infecção (acima de 1000/ml em alimentos e de 100000/ml na água). Em alimentos, a bactéria pode sobreviver por até cinco dias na temperatura ambiente (15 a 40 °C), ou por até dez dias entre 5 e 10 °C. É resistente ao congelamento, embora a sua multiplicação fique mais lenta.
Riscos
A cólera é uma doença de transmissão fecal-oral. São fatores essenciais para a disseminação da doença condições deficientes de saneamento, particularmente a falta de água tratada. A taxa de ataque da cólera, mesmo em grandes epidemias, raramente excede a 2% da população.
A cólera ocasionou seis pandemias entre 1817 e 1923. A atual, a sétima, começou na Indonésia em 1961, causada pelo biótipo El Tor. Disseminou-se por outros países na Ásia, Oriente Médio, África (70% dos casos notificados no mundo) e Europa, chegando à América do Sul em 1991, através de cidades litorâneas do Peru. Em 1992, surgiu na Índia um novo sorogrupo produtor de enterotoxina, o V. cholerae O139, que rapidamente atingiu o Paquistão, Bangladesh e China. No Brasil, a introdução da cólera (causada pelo El Tor) ocorreu através da Região Amazônica, no Alto Solimões e, atualmente, são registrados casos em todas as Regiões do país.
[...] O risco para viajantes depende do roteiro e das condições de estadia. A cólera é endêmica em vários países e episodicamente ocorrem surtos onde a infra-estrutura de saneamento básico é inadequada ou inexistente. O risco de transmissão da cólera é variável entre países e, dentro de um país pode haver diferenças de risco entre regiões e, até mesmo, entre diferentes bairros de uma cidade.
A cólera pode ocorrer em uma cidade que tenha água tratada e esgotos, porém em geral afeta principalmente os habitantes de comunidades carentes, onde o saneamento básico é inadequado. O risco de aquisição da cólera para quem fica em bairros com saneamento básico adequado é relativamente menor e, basicamente, está mais relacionado aos alimentos, uma vez que podem estar contaminados na origem e o seu preparo exige higiene adequada.
Quando a localidade inteira não possui infra-estrutura adequada, além dos alimentos, existe a possibilidade de contaminação da água para consumo, que deve ser tratada pelo próprio viajante. A permanência em longo prazo (residência) em uma área sem saneamento básico, com água não tratada, proveniente diretamente de poços ou fontes como rios ou lagos é uma situação de risco permanente. Nessa circunstância, deve ser desenvolvida uma infra-estrutura domiciliar mínima utilizável a longo prazo, envolvendo o tratamento da água com a cloração de fontes ou reservatórios.
O V. cholerae não resiste a temperaturas acima de 80 °C. Portanto, os alimentos mais seguros são os preparados na hora, por fervura, e servidos ainda quentes. Os de maior risco são os mal cozidos ou crus, como as saladas, os frutos do mar, os preparados com ovos (como maionese caseira), os molhos, as sobremesas tipo mousse, bebidas não engarrafadas industrialmente, leite não pasteurizado, sucos, sorvetes e gelo. Os legumes são facilmente contaminados e difíceis de serem lavados adequadamente.
Em crianças de até seis meses, que se alimentam exclusivamente de leite materno, o risco é pequeno, observados os cuidados de higiene durante a amamentação.
Medidas de proteção individual
Recomendamos ao viajante que se dirige para uma área onde exista transmissão de cólera, que observe as medidas de proteção para evitar doenças transmitidas através da ingestão de água e alimentos. O consumo de água tratada e o preparo adequado dos alimentos são medidas altamente eficazes.
A seleção de alimentos seguros é crucial. Em geral, a aparência, o cheiro e o sabor dos alimentos não ficam alterados pela contaminação com o Vibrio cholerae (e outros agentes infecciosos). Deve-se alimentar em locais que tenham condições adequadas ao preparo higiênico de alimentos. A alimentação na rua com vendedores ambulantes constitui um risco elevado.
Os alimentos devem ser bem cozidos e servidos logo após a preparação, para evitar nova contaminação com a bactéria. Os alimentos preparados com antecedência devem ser novamente aquecidos, imediatamente antes do consumo e servidos ainda quentes ("saindo fumaça"). Os filtros portáteis disponíveis não são capazes de reter o Vibrio cholerae. Água mineral gaseificada e outras bebidas engarrafadas industrialmente, como refrigerantes, cervejas e vinhos são geralmente seguras. Café e chá bebidos ainda quentes não constituem risco. Não deve ser utilizado gelo em bebidas, a não ser que tenha sido preparado com água tratada (clorada ou fervida).
O tratamento da água a ser utilizada como bebida ou no preparo de alimentos pode ser feita com hipoclorito de sódio a 2 - 2,5% (água sanitária) ou cloro em comprimidos. Deve-se ter cuidado na aquisição de preparações contendo cloro. Existem algumas que, além do hipoclorito de sódio, contém outras substâncias que as tornam impróprias para o tratamento da água. Os comprimidos podem conter diversas concentrações de cloro, e alguns são indicados para o tratamento de volumes de até 100 litros de água.
As instruções dos fabricantes devem sempre ser cuidadosamente lidas, e o prazo de validade observado (o da água sanitária é de seis meses). Em geral, nos conta-gotas de 1 ml, esse volume corresponde a 20 gotas. É prudente, no entanto que a proporção 1 ml = 20 gotas seja sempre verificada em cada novo conta-gotas utilizado.
A Organização Mundial da Saúde recomenda o tratamento com 6 mg de cloro para cada litro de água. Quando se utiliza um conta-gotas de1ml = 20 gotas, 5 gotas de hipoclorito de sódio a 2,5% contém 6 mg de cloro. O tratamento com comprimidos deve ser feito de acordo com as instruções dos fabricantes, observando-se cuidadosamente as recomendações em relação à concentração adequada para diferentes volumes e finalidades de utilização da água.
O cloro (hipoclorito de sódio ou comprimidos) deve ser adicionado à água no mínimo 30 minutos antes da sua utilização como bebida ou para o preparo de alimentos. Em recipientes fechados, a água tratada com cloro pode ser utilizada até por 24 horas. A fervura da água antes do consumo, durante pelo menos um minuto, é uma alternativa segura ao tratamento com cloro e deve ser a preferida quando a água estiver turva.
Para desinfecção de frutas e verduras deve ser utilizado 2 ml (40 gotas) de hipoclorito de sódio a 2,5% para cada litro de água, ou comprimidos de cloro na concentração indicada pelo fabricante. As frutas e verduras devem ser mantidas imersas por 30 minutos na água clorada. Em seguida devem ser lavados com água tratada com a concentração de cloro adequada à sua utilização como bebida.
A exigência da vacinação contra a cólera como condição obrigatória para a concessão de vistos de entrada foi retirada do Regulamento Sanitário Internacional em 1973. Os últimos países, segundo a Organização Mundial da Saúde, deixaram de exigir o certificado de vacinação contra a cólera em 1993.
Você pode evitar o cólera
Apesar de ser grave, o cólera pode ser evitado com a participação de cada um de nós. Veja agora os cuidados que você tem que tomar para evitar essa doença.
Água
r água de boa qualidade é uma das principais medidas que você pode tomar contra o cólera. Se a água da sua casa é servida e tratada pela rede pública, basta filtrar antes de beber. Se a água que você usa é de poço, ela deve ser filtrada e fervida por 10 minutos ou deve-se colocar 2 gotas de água sanitária para cada litro de água filtrada e só usá-la após 30 minutos.
Alimentos
Evite comer peixes, camarões e mariscos crus ou mal cozidos. Lave bem rduras e frutas. Depois de lavadas, as frutas e verduras devem ficar de "molho" em solução com 1 colher de sopa de água sanitária para cada litro de água, por 30 minutos. Evite produtos de origens duvidosas.
Higiene pessoal
Lave bem as mãos com água e sabão antes de preparar os alimentos, antes de comer, depois de usar o banheiro e depois de trocar as fraldas do bebê.
Limpe com freqüência os filtros, depósitos e os utensílios de cozinha. As caixas d’água devem ser lavadas de 6 em 6 meses. Se a sua casa não tiver instalações sanitárias, enterre as fezes. Não faça suas necessidades próximo a rios, poços, regos d’águas, barragens e açudes. Não deixe fossas sem tampa.
Fonte: Secretaria Municipal da Saúde de Brasília
Centro de Informação em Saúde para Viajantes-Cives
Secretaria Municipal da Saúde do Rio de Janeiro
http://www.coderp.com.br/ssaude/i16principal.asp?pagina=/SSAUDE/DOENCAS/I16doencas.htm
IMPORTANTE
Procure o seu médico para diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios.
As informações disponíveis no site da Dra. Shirley de Campos possuem apenas caráter educativo.

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Pretiando por ai...

Eu gosto do impossível,
tenho medo do provável,
dou risada do ridículo e choro porque tenho vontade,
mas nem sempre tenho motivo.
Tenho um sorriso confiante que as vezes não demonstra o tanto de insegurança por trás dele.

Sou inconstante e talvez imprevisível.
Não gosto de rotina.

Eu amo de verdade aqueles pra quem eu digo isso,
e me irrito de forma inexplicável quando não botam fé nas minhas palavras.
Nem sempre coloco em prática aquilo que eu julgo certo.
São poucas as pessoas pra quem eu me explico...

Bob Marley