quinta-feira, 10 de março de 2011

Peste Bubônica
“Almoçavam com seus amigos e jantavam com seus ancestrais no paraíso." O escritor italiano Boccaccio (disse as vítimas quando a doença atacava e matava com terrível rapidez)
Introdução:
Meados do século XIV foi uma época marcada por muita dor, sofrimento e mortes na Europa. A Peste Bubônica, que foi apelidada pelo povo de Peste Negra, matou cerca de um terço da população européia. A doença mortal não escolhia vítimas. Reis, príncipes, senhores feudais, artesãos, servos, padres entre outros foram pegos pela peste.A peste espalha a morte pela Europa:
Nos porões dos navios de comércio, que vinham do Oriente, entre os anos de 1346 e 1352, chegavam milhares de ratos. Estes roedores encontraram nas cidades européias um ambiente favorável, pois estas possuíam condições precárias de higiene. O esgoto corria a céu aberto e o lixo acumulava-se nas ruas. Rapidamente a população de ratos aumentou significativamente.Estes ratos estavam contaminados com a bactéria Pasteurella Pestis. E as pulgas destes roedores transmitiam a bactéria aos homens através da picada. Os ratos também morriam da doença e, quando isto acontecia, as pulgas passavam rapidamente para os humanos para obterem seu alimento, o sangue.
Após adquirir a doença, a pessoa começava a apresentar vários sintomas: primeiro apareciam nas axilas, virilhas e pescoço vários bubos (bolhas) de pus e sangue. Em seguida, vinham os vômitos e febre alta. Era questão de dias para os doentes morrerem, pois não havia cura para a doença e a medicina era pouco desenvolvida. Vale lembrar que, para piorar a situação, a Igreja Católica opunha-se ao desenvolvimento científico e farmacológico. Os poucos que tentavam desenvolver remédios eram perseguidos e condenados à morte, acusados de bruxaria. A doença foi identificada e estudada séculos depois desta epidemia.
Relatos da época mostram que a doença foi tão grave e fez tantas vítimas que faltavam caixões e espaços nos cemitérios para enterrar os mortos. Os mais pobres eram enterrados em valas comuns, apenas enrolados em panos.
O preconceito com a doença era tão grande que os doentes eram, muitas vezes, abandonados, pela própria família, nas florestas ou em locais afastados. A doença foi sendo controlada no final do século XIV, com a adoção de medidas higiênicas nas cidades medievais.Revoltas Camponesas:
Com a morte de boa parte dos servos, muitos senhores feudais aumentaram as obrigações, fazendo os camponeses trabalharem e pagarem impostos pelos que haviam morrido. Como a exploração sobre os servos já era exagerada, em muitos feudos, principalmente na França e Inglaterra), ocorreram revoltas camponesas. Estes, chegaram a invadir e saquear castelos, assassinando os senhores feudais e outros nobres. Os senhores feudais que conseguirarm sobrevirer não ficaram intertes aos movimentos de revolta. Organizaram exércitos fortes e combateram com violência as revoltas. Porém, em muitas regiões da Europa, os camponeses obtiveram conquistas importantes, conseguindo diminuir as obrigações servis.Transmissão:
Rattus rattus, a espécie de ratazana responsável pela disseminação da peste durante a Idade MédiaA peste bubónica é uma doença primariamente de roedores: (ratos, ratazanas, coelhos, marmotas, esquilos). Espalha-se entre eles por contacto directo ou pelas pulgas, e é-lhes frequentemente fatal.
A peste nos humanos é uma típica zoonose, causada pelo contacto com roedores infectados. As pulgas dos roedores recolhem a bactéria do sangue dos animais infectados, e quando estes morrem, procuram novos hóspedes. Entretanto a bactéria multiplica-se no intestino da pulga. Cães, gatos e seres humanos podem ser infectados, quando a pulga liberta bactérias na pele da vítima. A Y. pestis entra então na linfa através de feridas ou microabrasões na pele, como a da picada da pulga.Outra forma de infecção é por inalação de gotas de líquido de espirros ou tosse de indivíduo doente.
Epidemiologia:A amarelo: países com casos de Peste; a vermelho, países com comunidades de roedores selvagens infectados com pesteA peste foi uma epidemia extremamente mortífera na Europa, China, Médio Oriente, Ásia e África durante várias épocas, principalmente durante a baixa Idade Média. A última epidemia significativa ocorreu no fim do século XIX, na China e Índia, mas ainda hoje se registam casos em vários países, principalmente naqueles em que há populações de roedores selvagens infectados. Há cerca de 2000 casos por ano em todo o mundo, nas regiões em que há roedores infectados.
Há hoje populações de roedores com peste endémica no Ocidente dos EUA, sopé dos Himalaias, planícies da Eurásia setentrional (Mongólia, Manchúria na China, Ucrânia), região dos grandes lagos na África oriental e algumas regiões do Brasil e dos Andes. A transmissão da peste é rara e devida a contacto directo com os animais infectados e não através de pulgas.Progressão e
sintomas:A bactéria entra por pequenas quebras invisíveis da integridade da pele. Daí espalha-se para os gânglios linfáticos, onde se multiplica.Após no máximo sete dias, em 90% dos casos surge febre alta, mal estar e os bubos, que são protuberâncias azuladas na pele. São na verdade apenas gânglios linfáticos hemorrágicos e inchados devido à infecção. A cor azul-esverdeada advém da degeneração da hemoglobina. O surgimento dos bubos corresponde a uma taxa média de sobrevivência que pode ser tão baixa como 25% se não for tratada. As bactérias invadem então a corrente sanguínea, onde se multiplicam causando peste septicémica.A peste septicémica caracteriza-se pelas hemorragias em vários orgãos. As hemorragias para a pele formam manchas escuras, de onde vem o nome de peste negra. Do sangue podem invadir qualquer orgão, sendo comum a infecção do pulmão.A peste pneumónica pode ser um desenvolvimento da peste bubónica ou uma inalação directa de gotas infecciosas expelidas por outro doente. Há tosse com expectoração sanguinolenta e purulenta altamente infecciosa. A peste inalada tem menor período de incubação (2-3 dias) e é logo de início pulmonar, sem bubos. Após surgimento dos sintomas pulmonares a peste não tratada é mortal em 100% dos casos.Mesmo se tratada com antibióticos, excepto se na fase inicial, a peste tem ainda uma mortalidade de 15%.Diagnóstico:O diagnóstico é feito por recolha de amostras de líquido dos bubos, pús ou sangue e cultura em meios de nutrientes para observação ao microscópio e análise bioquímica.Prevenção:
Fato de "protecção" usado pelos médicos durante a Idade Média quando visitavam doentes vítimas da Peste BubónicaEvitar o contacto com roedores e erradicá-los das áreas de habitação é a única protecção eficaz. O vinagre foi utilizado na Idade Média, já que as pulgas e as ratazanas evitam o seu cheiro.
A peste é de comunicação obrigatória às autoridades. Contactos de indivíduos afectados ainda hoje são postos em quarentena durante seis dias.
Tratamento:Os atibióticos revolucionaram o tratamento da peste, tornando-a de agente da morte quase certa em doença facilmente controlável. São eficazes a estreptomicina, tetraciclinas e cloranfenicol. Tratamentos mais recentes vêm utilizando também a gentamicina e a doxiciclina com resultados eficazes.
Como arma biológica:
peste foi inicialmente introduzida em Jaffa como arma biológica. Cadáveres de turcos que tinham morrido da doença foram catapultados para dentro das muralhas da cidade, de onde se espalhou dando origem à Peste Negra do século XIV.Durante a Primeira guerra mundial, o exército do Japão desenvolveu a peste enquanto arma biológica de disseminação por pulgas. Foi usada contra civis chineses e prisioneiros de guerra na Manchúria.Durante a Guerra fria os EUA e a URSS desenvolveram estirpes geneticamente modificadas de bacilos Yersinia pestis para disseminação como aerossol pelo ar. A União Soviética provavelmente desenvolveu armas eficazes em grande volume, segundo alguns relatórios dos serviços secretos dos Estados Unidos, mas dados específicos não são conhecidos e é provável que os arsenais já tenham sido destruídos.
A peste Bubônica pode voltar?A peste bubônica é provocada por uma bactéria, a Yersinia Pestis, geralmente transportada por pequenos roedores (ratos) e transmitida ao homem pelas pulgas. Como facilmente se compreende, são os países das regiões mais pobres, com condições sanitárias e higiénicas mais desfavoráveis, os que estão à mercê deste tipo de doença.
Esta lógica tem elevado com frequência a preocupação da própria Organização Mundial de Saúde (OMS), quanto ao problema, especialmente depois dos anos 90 quando os relatados de algumas dezenas de casos acoteceram na Índia. Neste mesmo país, entre os anos de 1889 e 1950 a Peste Bubonica já foi responsável por mais de 12,5 milhões de mortos.
As formas conhecidas como peste bubônica e peste pneumônica ainda existem no Brasil, especialmente na região nordeste. Apesar de dispormos de tratamento com antibiótico, este é eficaz quando o diagnóstico é feito precocemente. O diagnóstico precoce também é importante pelo caráter contagioso da forma pneumônica, que necessita isolamento respiratório do doente. Se tratado a tempo, este se recupera sem sequelas.
Notificação:A peste é uma doença de Notificação Compulsória internacional e deve ser comunicada imediatamente, pela via mais rápida, às autoridades sanitárias. A investigação é obrigatória.
Medicina:Hoje em dia a peste não é um problema maior de saúde.
Referências: http://pt.wikipedia.org/wiki/Peste_negra#Medicina
http://www.suapesquisa.com/idademedia/peste_negra.htm
http://mortesubita.org/jack/miscelania/textos/peste-negra/

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Pretiando por ai...

Eu gosto do impossível,
tenho medo do provável,
dou risada do ridículo e choro porque tenho vontade,
mas nem sempre tenho motivo.
Tenho um sorriso confiante que as vezes não demonstra o tanto de insegurança por trás dele.

Sou inconstante e talvez imprevisível.
Não gosto de rotina.

Eu amo de verdade aqueles pra quem eu digo isso,
e me irrito de forma inexplicável quando não botam fé nas minhas palavras.
Nem sempre coloco em prática aquilo que eu julgo certo.
São poucas as pessoas pra quem eu me explico...

Bob Marley