terça-feira, 19 de abril de 2011



Segundo o Centro de Cultura Negra do Maranhão, existem 527 comunidades quilombolas no Estado do Maranhão, distribuídas em 134 municípios. Elas concentram-se principalmente nas regiões da Baixada Ocidental, da Baixada Oriental, do Munim, de Itapecuru, do Mearim, de Gurupi e do Baixo Parnaíba.

O Estado do Maranhão é um dos cinco no Brasil cuja constituição reconhece às comunidades quilombolas o direito à propriedade da terra. Essa garantia é fruto da luta do movimento negro, que conseguiu a inclusão do artigo 229 na Constituição Estadual do Maranhão, promulgada em 1989.

Até outubro de 2007, 20 comunidades quilombolas maranhenses haviam conquistado o título de propriedade de suas terras. Os títulos foram outorgados pelo governo do estado por meio do Instituto de Terras do Maranhão (Iterma).

TERRAS DE QUILOMBO TITULADAS NO MARANHÃO
(até setembro de 2007)
Comunidades Hectares Município Expedidor Ano
Eira dos Coqueiros 1.012 Codó Iterma 1999
Mocorongo 163 Codó Iterma 1999
Santo Antônio dos Pretos 2.139 Codó Iterma 1999
Genipapo 589 Caxias Iterma 2002
Cipó dos Cambaias 2.440 São João do Soter Iterma 2002
Santa Helena 345 Itapecuru-Mirim Iterma 2006
Jamary dos Pretos 6.613 Turiaçu Iterma 2003
Olho D’Água do Raposo 188 Caxias Iterma 2005
Altamira 1.220 Pinheiro Iterma 2005
São Sebastião dos Pretos 1.010 Bacabal Iterma 2005
Usina Velha 1.162 Caxias Iterma 2006
Agrical II 323 Bacabeira Iterma 2006
Santo Inácio 1.364 Pedro do Rosário Iterma 2006
Santana 202 Santa Rita Iterma 2006
Queluz 256 Anajatuba Iterma 2006
Rio dos Peixes 542 Pinheiro Iterma 2006
Imbiral 404 Pedro do Rosário Iterma 2006
Bom Jesus dos Pretos 217 Cândido Mendes Iterma 2006
Santa Isabel 838 Cândido Mendes Iterma 2006
Lago Grande 907 Piritoró Iterma 2006
20 comunidades 21.935


RESERVA EXTRATIVISTA DO QUILOMBO FRECHAL – A comunidade Frechal teve suas terras transformadas em reserva extrativista por meio do Decreto Federal N° 536/1992. Essa área não consta na tabela de terras tituladas porque a mesma não é de propriedade dos quilombolas. A reserva extrativista é uma categoria de unidade de conservação. É de domínio público com uso concedido às populações extrativistas tradicionais.
O Maranhão é o segundo estado brasileiro com maior número de terras de quilombo tituladas, atrás apenas do Pará. Essas e outras conquistas são fruto da árdua luta dos quilombolas maranhenses articulados na Associação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Maranhão (ACONERUQ). Nessa trajetória os quilombolas contam com o apoio de valiosos parceiros como o Centro de Cultura Negra do Maranhão, a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos e o Ministério Público Federal.

Muitas comunidades quilombolas no Maranhão lutam nesse momento pela garantia de seus territórios. Em setembro de 2007, tramitavam no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) 89 processos para a titulação de terras quilombolas situadas no Maranhão.

O cotidiano da maior parte das comunidades é marcado por disputas e conflitos envolvendo seus territórios. Especialmente preocupante é a situação enfrentada pelos quilombolas de Alcântara que, nos anos 1986 e 1987, foram vítimas de deslocamentos compulsórios promovidos pelo Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Segundo o Centro pelo Direito à Moradia contra Despejos, a expansão do CLA pode resultar no deslocamento forçado de mais 1.500 quilombolas em Alcântara.

Não falta, porém, disposição aos moradores das comunidades para lutar por seus direitos, tampouco alegria de viver. Um símbolo da resistência cultural é o Tambor de Crioula, uma manifestação de várias das comunidades maranhenses e que envolve muita música e dança.

http://www.cpisp.org.br/comunidades/html/i_brasil_ma.html

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Pretiando por ai...

Eu gosto do impossível,
tenho medo do provável,
dou risada do ridículo e choro porque tenho vontade,
mas nem sempre tenho motivo.
Tenho um sorriso confiante que as vezes não demonstra o tanto de insegurança por trás dele.

Sou inconstante e talvez imprevisível.
Não gosto de rotina.

Eu amo de verdade aqueles pra quem eu digo isso,
e me irrito de forma inexplicável quando não botam fé nas minhas palavras.
Nem sempre coloco em prática aquilo que eu julgo certo.
São poucas as pessoas pra quem eu me explico...

Bob Marley