"O construto histórico fascina-me.
Vivo a catar informações, elencando leituras para justificar o passado
em presente no agora de interrogações vivas pela cor da pele, pelo social, pelo
capital, pela cultura, pela hereditariedade, pelo olhar destorcido que se desenha o viver e conviver em sociedade.
No monte da vez, o romance 'escravo da ilusão (Ana Cristina Vargas) que
me desvenda um historiar que explica 'a
respeito de todas as transformações de um mesmo ser em várias formas de
existência...., de um lado, os nobres e
ricos; do outro, os pobres e escravos; dois mundos bárbaros unidos pela violência e pela degradação moral'.
Percebida tal situação, desde os confins africanos perpassando pelo tráfico negreiro, sua decretação de extermínio em território americano (1850), as permanências e mudanças cerceiam o cotidiano e o especular de ser ainda escravo (a) no caminhar de acontecimentos bem contemporâneos.
Empolgação, deslumbre a cada página com veracidades sentenciadas e esclarecedoras
pelo viés da espiritualidade, um fato novo pra mim, que interessantemente não aceitava
um divórcio d'leitura no instante. Tanto que, na
sexta-feira levei para a escola (ler no intervalo da formação continuada) e incrivelmente senti na pele o
repúdio e descaso de alguns ao ver
o titulo do livro - um romance espírita.
Silenciei, calei, emudeci, estarreci,
choquei e respirei. Mas, não
esbravejei.
O momento de retrucar vai chegar. Pois, nada do nada e tudo do
tudo que dizem mancha o que aprendi em
respostas às minhas dúvidas pessoais-espirituais-historiadas-intelectuais
-etc.
Desde a infância, os livros-leituras-letras proporcionam a construção de um mundinho
infinitamente particular que enfeitei-reescrevi-recolorir num
refúgio e espaço de fortalecimento das batalhas cotidianas.
Estou-me no agora, ao remexer ideias e ideais em negritude, inserida
no jeitinho Irane de ser- maluquete e
irreverente- de beber informações
sobre as minhas raízes históricas como pés e mãos que construíram a terra brasilis.
Catando aqui e ali,
desabrocharei em sintonia com a liberdade de agir, pensar e desfrutar a individualidade do
eu de mim com preleções de ontens em hoje's de vontades de recomeçar a
viver cada dia, logo.
Irane Castro
São Luís _ Maranhão (Minha Ilha do Amor)
Domingo, 30-06-2013
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