“....tão-somente, desde que decodifiquei letras, juntei vocábulos, somei parágrafos, reuni páginas como passaporte para o universo de alfarrábios que espontaneamente alimentei e adverti uma ovelha negra no meu ser gente - diferente, doida, cítrica, excêntrica, crítica enclausurada, investigativa, briguenta, reflexiva, avoante e viajante.
Tal querela em criança, pela deficiência monetária, usuária do acervo da escola pública. Com tanta frequência que fui batizada de ‘ratinha de biblioteca’. Comumente, avacalhada pelos colegas que não entendiam a minha paixão por livros. Ignoravam minha curiosidade de conhecimentos, vasculhamento de enigmas e novidades. Somente era piada-chacota sobre provável venda ou uso do papel na feira, entre tantas coisitas que nem vale a pena relembrar o dito e não dito.
Na adolescência, não participante de farrinhas da idade (problemas de saúde), esquecia-os e cruzava mundos em palavreamento.
Na fase adulta, patrona de meus saltérios, viciada em orbe literária, estafante nessa compulsão e, por conseguinte, dessemelhante na minha multidão.
Por cá, na Terceira Idade é disparidade no roteiro cotidiano o desembaralhamento de cheiros, enigmas, situação-problema, missivas e reescrevinhamento do achismo, que me mimoseiam a cada dia.
Afinal, deleitosa por tamanhas excursões florescida no jeitinho Irane de ser (maluquete e irreverente) de continuadas loucuras-loucas de cavoucar o caminho de caminhantes do caminho de caminhante, por caminhadas dores em felicidade - quer chorando quer sorrindo, no meu agora’s.
Além disso, aprendi com a leitura parti reescrevinhando instante’s, rehistoriamento passos e recolorindo metas do viver – aqui, ali e acolá numa construção de um mundo melhor, dentro e fora do eu de mim – no hoje, imediatamente!”
Irane Castro.
Beco da Preta
Sexta-feira, 29-12-14
São Luís- Maranhão
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Pretiando por ai...