“ Karacas, não aguento mais ligar a TV, Internet, Radio, Jornais escritos com comentários ‘Neymar sentimos tua dor’ e tantos mais absurdos que adoecem meus ouvidos.
Escrevinho que dor é dormir na fila a do SUS (se não tiver dinheiro para comprar uma senha), Quando e se for atendida pela manhã sentir-se humilhada pelo(a) recepcionista, escutar que daqui a dois/três meses ocorre a consulta e, rezar para o médico (a) comparecer ao consultório.
Ou como no meu caso, pagando absurdo de plano de saúde, agendamento via telefone, na prática um tratamento com atendentes grosseiras, mesmices situações desagradáveis, horas de espera, sem respeito ao grupo preferencial ( idosos-deficientes-gestantes) e desrespeito ao cidadão pagador de imposto que sustenta o setor público e setor privado, que se mostra uma enganação, não é de agora, renova-se a cada dia.
Fico perplexa, como o momento futebolístico contaminou em todas as partes e infelizmente a saúde não poderia ser diferente - consultas remarcadas devido a suspensão de atendimentos, para o pós- torneio.
Por enquanto, o futebol acalma e faz muitos esquecer do Tudo e do NADA inserido nos problemas do cotidiano. Valendo o uso do adagio popular ‘lavar roupa suja em casa’ pela excelentíssima líder politica brasileira. Mesmo assim, continuo receosa das loucuras em ciclos de norte a sul da terra brasilis - caso o resultado seja negativo a chuva de manifestações em parte baderna, descontrole e suscetíveis marginalização dos atos.
Intencionalmente, a pergunta que não consigo calar sobre quem sente as dores minhas? Onde foi parar os investimentos da melhoria da cidade? Como uma nação mal resolvida investe zilhões em algo que nada melhorou em minha-tua-nossa vida?
Claramente respondível, ninguém além da minha pessoa sofre e carrega minhas lagrimas reais. Enquanto, o caro Neymar, bom naquilo que faz, milionário , uma corja de bajuladores e que que não sabe o sabor de uma fila do SUS, o gosto da petulância de funcionários da saúde pública e nem tão pouco usuário de transporte coletivo. Mesmo tendo sido pobre. Esqueceu rápido. Digo-lhe a seleção não é você e, sim um grupo que também, fazem acontecer a partida. Também, não foi legal a falta de punição da FIFA, como sei que outras oportunidades aconteçam positivamente para tua pessoa.
E, tudo aqui e ali, vai enchendo a paciência.
Para achocalhar resido num Estado rico, citado em 'bom e alto tom' pela governadora do Estado numa ostentação da realeza dos contos de fadas, que escondem bairros sem infraestrutura, ruas cheia de crateras, carros estacionados nas calçadas, ambulantes usando o espaço do pedestre dentre tantas mais coisitas que assolam por aqui, como em várias partes do país.
Voltando ao meu pesadelo real em susto triplo: chegar a clinica, ser ouvida pelas atendentes e entrar no consultório para a Médica, apenas se ocupar de catar as letras no teclado do PC , que encerrou a maratona matinal, com um 'retorne breve - atendente diz, em setembro'.
Indignada, pressão alta, fome, encarar a tarde (13 horas) pela paralização do transito espalhada pela cidade em decorrência do incêndio num supermercado no centro da cidade (próximo a clínica que me encontrava). Dando prosseguimento a batalha para atravessar o centro da cidade e deslocar-me para minha residência. Primeiro, careci entender o transtorno, pois o quarteirão foi interditado e consequentemente, uma volta imensa para aterrissar numa parada de ônibus. Pelo menos este não demorou e, acomodada esperei 03horas e meia pra chegar em casa.
Salve....
Venci os obstáculos. Por cá, chorando as consequências confirmadas em minhas pernas/braços inchados, dor-de-cabeça e intensidade da febre/gripe/ tosse ocasionado pelo esforço de caminhar ao sol numa tentativa de trafegar entre buracos (parte velha da cidade ), sem apoio logístico e apavorada pelos infinitos arrastões e assaltos cotidianos.
Sinto o tamanho da canseira e desconforto corporal. Tanto que, estou intocada, imaginando a alegria dos Castros, esbaldando-se em gritos e torcida de 'somostosum'. Me faz bem, o retorno literário de ‘Inferno’ de Don Brown numa tentativa de descobri outros conhecimento respondíveis ao rasgamento de cidadania, em terras das palmeiras, que não mais canta o sabiá, apenas a pobreza a nos guiar, como amostra do encontrado no verdadeiro Brasiiiiil.
Não estou assistindo futebol nem tão pouco mudei de opinião e, daí?
Reafirmo que sou totalmente avessa a futebol, copa e as invencionices nacionais. Simplesmente cavoucando caminhos entendíveis da minha estranha lucidez.
Outra vez, sentindo-me uma minúscula esquisitaça observada pelo grande mundo de iguais.
Louca varrida... Maluca beleza....
Que o eu de mim, ultrapasse esse espaço de lágrimas. E, permaneça observar o mundo, do meu jeitinho Irane de ser - maluquete e irreverente, de lutar por tantos mais motivos de viver cada hoje"
Irane Castro
Terça-feira, 08/07/2014
Beco da Preta
São Luís- Maranhão
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Pretiando por ai...